Menstruei cedo... isso pode afetar minha fertilidade?

A fertilidade feminina é influenciada por diversos fatores, como idade, saúde hormonal, presença de doenças ginecológicas e estilo de vida. Entre as dúvidas mais comuns no consultório ginecológico está a seguinte: "menstruei cedo... isso pode dificultar minha chance de engravidar no futuro?"

A menarca precoce, que ocorre antes dos 12 anos, vem se tornando mais frequente nas últimas décadas, por razões que envolvem fatores ambientais, nutricionais e hormonais. Ainda assim, ela não é considerada, por si só, um fator de risco direto para infertilidade.

Segundo o Dr. Paulo Fagundes, especialista em Reprodução Assistida na Clínica Lótus, não existe uma relação causal entre menstruação precoce e falência ovariana precoce, ou qualquer tipo de infertilidade espontânea. “O que realmente importa é o acompanhamento da função ovariana ao longo da vida reprodutiva da mulher”, explica.

O que realmente afeta a fertilidade?

De acordo com as evidências científicas atuais, os principais fatores que interferem diretamente na fertilidade são:

• Idade atual (a fertilidade feminina reduz progressivamente após os 35 anos);

• Ciclos menstruais regulares, indicativos de ovulação adequada;

• Reserva ovariana, avaliada por exames hormonais como AMH (Hormônio Antimülleriano) e contagem de folículos antrais;

• Presença de doenças como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), adenomiose e infecções pélvicas;

• Estilo de vida, incluindo hábitos alimentares, tabagismo, obesidade, estresse e sono.

Ou seja, a idade da primeira menstruação não deve ser motivo de preocupação isolada. O foco deve estar em fatores mais objetivos e mensuráveis, principalmente com o avanço da idade.

Possíveis efeitos indiretos da menarca precoce

Embora não esteja diretamente ligada à infertilidade, a menarca precoce pode estar associada, em alguns casos, a alterações hormonais ao longo da vida. Estudos indicam que mulheres que menstruaram muito cedo podem apresentar maior risco de doenças metabólicas, síndrome metabólica e, em raras situações, menopausa precoce. No entanto, essas associações são complexas e envolvem muitos outros fatores.

Por isso, a orientação médica é clara: o acompanhamento ginecológico contínuo é a melhor forma de preservar a saúde reprodutiva. Realizar exames de rotina, avaliar a reserva ovariana em tempo oportuno e manter hábitos saudáveis são ações muito mais eficazes do que se preocupar apenas com a idade da menarca.

Quando buscar avaliação?

Se você deseja engravidar e tem dúvidas sobre sua fertilidade, o ideal é conversar com um ginecologista de confiança e realizar exames específicos. Além disso, é possível fazer um check-up reprodutivo mesmo antes de pensar em engravidar, como forma de prevenção e planejamento.

Na Clínica Lótus – Saúde Feminina, contamos com uma equipe multidisciplinar especializada em ginecologia, fertilidade, endocrinologia reprodutiva e cuidados preventivos. Nosso compromisso é com um acompanhamento completo, respeitoso e individualizado.